
Durante meses, Fabrício Gomes da Silva, de 39 anos, acreditou ter uma infecção por Helicobacter pylori. Os sintomas digestivos — como arrotos, perda de apetite e dores abdominais — pareciam compatíveis com os causados pela bactéria, e chegaram a ser confirmados por exame.
Mas, mesmo após tratar o problema, o sargento da Marinha continuou piorando. Exames posteriores revelaram um câncer no intestino. O caso levanta um alerta sobre como os sintomas da H. pylori podem se confundir com os de outras condições mais graves e sobre a importância de estar atento aos sinais que o corpo dá após o tratamento.
Quais são os sintomas da H. pylori?
A H. pylori é uma bactéria que causa inflamação no estômago (gastrite), úlcera péptica e, em alguns casos, determinados tipos de câncer gástrico, segundo o Manual MSD, referência internacional em medicina.
A infecção costuma ocorrer no revestimento do estômago e a bactéria pode ser encontrada também nas fezes, saliva e na placa dos dentes. Os sinais, no entanto, nem sempre são específicos.
“Os sintomas mais comuns são dor de estômago, náuseas, perda de apetite e empachamento pós-prandial, que é aquela sensação de digestão difícil após as refeições. Esses sinais podem ser confundidos com doença do refluxo gastroesofágico, intolerâncias alimentares ou úlceras”, explica a gastroenterologista Daniela Carvalho, da Clínica Gastrocentro, em Brasília.
O diagnóstico pode ser feito de diferentes formas, a depender da avaliação do médico. “Pode-se utilizar a endoscopia com teste de urease e análise histopatológica, exames de sangue, teste respiratório com ureia marcada ou teste de antígeno fecal”, lista a gastroenterologista.
O tratamento dura de 10 a 14 dias e os primeiros sinais de melhora podem aparecer logo na primeira semana. “O alívio completo, no entanto, pode levar de duas a quatro semanas”, explica Daniela.
O que fazer quando os sintomas não melhoram?
Mesmo após o tratamento, alguns pacientes continuam apresentando sintomas. Isso pode indicar que a bactéria não foi eliminada — por apresentar resistência ao tratamento — ou que os sintomas não estavam relacionados à H. pylori.
“Muitas vezes, o tratamento é ineficaz por resistência da bactéria, ou os sintomas estão relacionados a outras doenças do trato gastrointestinal”, explica Daniela.
Nesses casos, segundo a médica, é fundamental investigar outras possíveis causas, como doença do refluxo, úlceras, intolerâncias alimentares, síndrome do intestino irritável e até câncer de estômago ou intestino.
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