Depois de surgir em BBB: O Documentário – Mais que Uma Espiada sendo ofendida por Marcela Queiroz durante o BBB4, Solange Vega, conhecida como Sol, abriu o coração e bateu um papo exclusivo com a coluna Fábia Oliveira. Na época, a paranaense disse que o cabelo da atriz, que é preta, era de “pixaim”, além de usar outros termos pejorativos com relação ao jeito de ser e falar dela.
“Então, naquela época eu não tinha uma percepção clara em relação àquelas cenas, de que eu era vítima de racismo. Era uma época diferente de agora e a gente ouvia isso, era uma coisa natural de se ouvir. Tinham várias músicas gente fala que é ‘mimimi’, mas esse ‘mimimi’ necessário”, pontuou.
Sol continuou o desabafo: “De uns anos pra cá, eu fui ter uma percepção muito maior da que eu tinha, de tudo que eu sofri lá dentro e depois quando eu saí. Tiveram vários programas que não queriam me aceitar porque eu não falava direito, por eu ser uma menina preta. Enfim, por várias outras coisas.”
A empresária destacou que, se fosse agora, estaria consciente de que a implicância da outra ex-participante era por conta da sua raça:
“Tudo que eu passei, eu fui perceber depois. E hoje, eu vejo que se tivesse essa tal de militância, que todo mundo fala que é mimimi, eu não teria passado por tudo que eu passei lá atrás. Mas, isso só me fez crescer, cada vez mais”, ressaltou.
Sol lembrou que depois da quarta edição do reality da TV Globo não conseguiu tanto sucesso, mesmo se formando em artes cênicas, com a ajuda do marido, o italiano Tibério Cavagnini, que morreu aos 60 por complicações da Covid-19, em 2022.
“O pessoal ainda lembra daquela época, né? Eu cantando e ‘Iarnuou’ na gaiola e tal. Eles, os produtores, diretores, pensam, por mais que eu tenha estudado, que eu não mudei, que eu continuo a mesma menina daquela época. Então, em relação a minha profissão como atriz, não vingou do jeito que eu gostaria. Agora, eu estou ensaiando uma peça. Fiz vários filmes independentes, fiz até a minissérie na Globo, onde tive que raspar a cabeça, mas não tive tanto sucesso como eu gostaria”, lamentou.
Após enfrentar inúmeras críticas e portas fechadas, Solange deu uma guinada e decidiu buscar conhecimento para melhorar seu português. “O que me motivou, de fato, foi tudo que eu vivi lá dentro. Todas as coisas que me falaram, todos os olhares e, depois, aqui fora também. Eu sabia que eu precisava evoluir e eu tinha como, eu tinha recursos, né? Eu falei: ‘Não, agora ninguém vai fazer mais nada comigo, porque eu vou estudar, eu vou evoluir, eu vou aprender’. E, mesmo assim, as pessoas ainda fazem”, frisou.
Sol explicou que mudou de vida após o Big Brother, sendo um divisor de águas. Porém, a maior mudança foi a força e amor que recebeu do companheiro. Viúva, ela demonstra gratidão a tudo que Tibério fez durante o casamento dos dois. Embora esteja numa nova fase, Vega ainda carrega um fardo.
“Eu sabia das pedras que eu tinha que carregar. Porque é fácil jogar pedra, sem saber de onde você veio, o que que você passou. Ficaram vários traumas, né? Não posso negar, mas graças a Deus superei todos eles. Em relação do meu cabelo, eu nunca deixei crescer, sempre coloquei tranças, eu sempre estou de cabelo, porque eu não gosto de ficar mostrando meu cabelo. Em relação da minha fala, do jeito de falar, por mais que eu tenha estudado, ainda eu ainda estou falando errado. Às vezes eu prefiro ficar calada pra não falar errado. Então, ficaram vários traumas, não posso negar”, enfatizou.
Por fim, Sol Vega esclareceu que o episódio em que cantou We Are The World como “Iarnuou”, não a afeta mais:
“O antes me causou muito sofrimento. Assim, muito pelas pessoas mesmo, sabe? Eu via, que, às vezes, estavam tirando sarro de mim, que achavam que aquele inglês que eu cantei errado era o cúmulo. Hoje não me causa mais dor. Hoje eu posso falar, abertamente, posso até cantar a música. Mas, muito tempo, eu fiquei remoendo isso dentro de mim. Graças a Deus, isso passou, isso é passado. Eu superei e até posso dar risada de tudo isso. Quando a gente supera que a gente pode rir de tudo que passou”, concluiu.
Marcela Queiroz que proferiu ataques a Sol, vive longe dos holofotes. Mas, em 2021, ela voltou a ser destaque depois de ser presa por embriaguez ao volante, em Curitiba, no Paraná. De acordo com a Delegacia de Delitos de Trânsito, na época, ela levava uma garrafa de vinho no carro e saiu com uma taça na mão. Ela pagou fiança e foi liberada.
Veja um trecho da participação de Sol Vega em BBB: O Documentário – Mais que Uma Espiada:
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