Fernanda Cristine Martins dos Anjos Vieira, uma professora de 36 anos moradora de Samambaia, no Distrito Federal, decidiu buscar informações sobre sua paternidade e teve sua dúvida esclarecida por meio de um exame de DNA gratuito oferecido pela unidade de atendimento itinerante da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF).
Durante sua infância, Fernanda acreditava ser irmã biológica dos irmãos com os quais conviveu dos 3 aos 10 anos. No entanto, aos 9 anos, sua mãe biológica revelou que seu pai não era quem ela imaginava. "Foi um misto de emoções", lembra Fernanda. "Fui ao cartório para registrar o nascimento da minha irmã com meus pais e lá descobri que não era filha biológica dele".
Ao longo dos anos, Fernanda não havia demonstrado interesse em descobrir a identidade de seu pai biológico, mas depois de uma conversa com sua mãe, decidiu iniciar a busca. Foi informada de que seu pai biológico não quis assumir a paternidade. "A partir desse momento, comecei a pesquisar quem era, o que fazia e onde morava meu pai", conta. "Quando um homem abandona uma mulher grávida, ele abandona uma geração inteira".
A busca pela identidade de seu pai levou Fernanda a pesquisar nas redes sociais informações sobre pessoas que moravam no Areal, onde sua mãe vivia na época em que engravidou. Após investigação minuciosa, ela encontrou uma foto que despertou sua curiosidade, pois mencionava o nome do suposto pai, Rômulo.
Fernanda entrou em contato com a mulher que postou a foto e, em uma conversa sincera, percebeu que havia a possibilidade de aquela pessoa ser parte de sua família sem saber. Elas concordaram em fazer um teste de DNA em Samambaia, onde a unidade móvel de atendimento da DPDF estava localizada, e confirmaram a suspeita.
Como mãe de gêmeos, Fernanda afirma que ganhou uma nova família. "Meu pai biológico faleceu no ano em que meus filhos nasceram", relata. "Encontrar minha família paterna, mesmo após o falecimento do meu pai, foi libertador. Agradeço imensamente à DPDF por proporcionar um momento tão especial em minha vida".
A subsecretária de Atividade Psicossocial da DPDF, Roberta de Ávila, ressalta que os testes de DNA não apenas estabelecem a paternidade, mas também transformam realidades. Segundo ela, esses testes garantem direitos que impactam tanto as leis quanto as relações cotidianas, além de contribuírem para o desenvolvimento saudável das pessoas e para a estabilidade emocional da sociedade.
A DPDF, por meio da Subsecretaria de Atividade Psicossocial (Suap), oferece gratuitamente exames de DNA para comprovar o vínculo genético e formalizar acordos de reconhecimento de paternidade, guarda, visitação e pensão alimentícia. O resultado do exame é entregue em apenas 15 dias. Durante a revelação dos resultados, equipes da DPDF atuam como intermediadoras entre a mãe e o suposto pai.
Desde o início do projeto em 2003, foram registradas 1.152 solicitações de testes de DNA, dos quais 333 tiveram resultado positivo, 131 negativo, 8 inconclusivos e 120 não avançaram devido à desistência de uma das partes.
De acordo com dados dos cartórios do Distrito Federal, entre janeiro e julho de 2022, 27.089 bebês nasceram, dos quais 1.606 foram registrados apenas com o nome da mãe, representando 6% das crianças nascidas durante o período. Isso significa que aproximadamente 230 recém-nascidos por mês no DF foram registrados sem o nome do pai, o que corresponde a pelo menos sete casos por dia.
É possível solicitar o reconhecimento de paternidade por parte da mãe da criança, do filho maior de 18 anos ou do próprio pai interessado em confirmar sua condição. Para isso, basta comparecer a qualquer cartório de registro civil e buscar informações sobre o suposto pai.
Com informações da Agência Brasília
*Com informações da Agência Brasília
*Com informações da Agência Brasília
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